AMELIO,
MI CORONEL.
CORONEL AMELIO é considerada a primeira pessoa transgênero no México cuja identidade de gênero foi reconhecida institucionalmente. Coronel Robles nasceu com uma identidade feminina, mas viveu como pessoa de gênero masculino por cerca de 70 dos 94 anos que viveu.
AMELIA ROBLES AVILA
Amelia Robles Ávila, nascida em 3 de novembro de 1889, foi uma pessoa transgênero que viveu no México durante a maior parte do século XX.
É considerada a primeira pessoa transgênero no país cuja identidade de gênero foi reconhecida institucionalmente. Coronel Robles nasceu com uma identidade feminina, mas viveu como pessoa de gênero masculino por cerca de 70 dos 94 anos que viveu.
Coronel Robles nasceu em Xochipala, uma vila no estado de Guerrero, México. Seu pai, Casimiro Robles, era um rancheiro abastado, e sua mãe, Josefa Ávila, posteriormente se casou com Jesús Martínez. Coronel Robles tinha dois irmãos mais velhos, Teódulo e Prisca, e três meio-irmãos do segundo casamento de sua mãe.
Desde jovem, demonstrava interesse por atividades que não eram consideradas tradicionalmente femininas. Gostava de cavalgar, domar cavalos e laçar. Também mostrava habilidades no manejo de armas e tinha uma excelente mira. Seu interesse em aprender a atirar estava relacionado ao ódio que sentia pelo padrasto e chegou a planejar matá-lo em pelo menos duas ocasiões.
SR. ROBLES
FOTOTECA NACIONAL | INAH
Em 1913, juntou-se às fileiras zapatistas e participou de combates sob o comando de líderes revolucionários como Jesús H. Salgado, Heliodoro Castillo e Encarnación Díaz. Desempenhou um papel ativo e chegou a comandar tropas zapatistas. Durante seu tempo no Exército de Libertação do Sul, foi ferido em combate e teve encontros com outros líderes militares, como o coronel Ramírez, que acabou sendo morto durante uma briga.
Coronel Robles deixou o Exército de Libertação do Sul em novembro de 1918 e, posteriormente, colaborou na pacificação do estado de Guerrero, trabalhando sob as ordens do General Fortunato Maycotte. Foi preso pelo menos duas vezes e considerou a experiência de estar em um presídio feminino como a maior humilhação de sua vida.
Amelio Robles con Guadalupe Barrón en Iguala, Guerrero, 1976. Foto de Marcelo González Bustos.
Em 1924, tomou a decisão de adotar um novo nome, identidade e personalidade, passando a ser conhecido como Coronel Amelio Robles ou simplesmente Sr. Robles. Foi nessa época, em Apipilulco (Guerrero), que conheceu Angela Torres, sua companheira, com quem criou uma filha adotiva chamada Regula Robles Torres.
Amelio Robles y Esteban Estrada, ca. 1942. Foto de Gertrude Duby, Museo Na Bolom.
Após sua participação na Revolução Mexicana, continuou a desempenhar papéis de liderança em sua comunidade. Defendia os limites de seu povoado, supervisionava a construção de estradas e lutava pela conservação da madeira da região.
Ao longo de sua vida, recebeu reconhecimento oficial por seus serviços durante a Revolução Mexicana. Foi reconhecido como "Veterano da Revolução" em 1970 e posteriormente admitido como "legionário". Em 1973, recebeu o "Mérito Revolucionário" por seu serviço junto à Secretaria da Defesa Nacional.
CORONEL AMELIO ROBLES
Coronel Amelio
Robles Avila
Acrílica s/ cetim
170 x 150 cm
2018
LA CORONELA
Coronela Carmen Amelia
Robles
Acrílica s/ cetim
147 x 147 cm
2018
Coronela Carmen Amelia Robles, líder mulher afro-mexicana na Revolução Mexicana.
"Mais plana que uma prancha, (ela) acentuava sua masculinidade com uma camisa abotoada e uma gravata com nós. Com uma expressão sombria sob o chapéu de feltro preto, mesmo em seu sono ela não parava de acariciar a pistola que levava à sua coxa direita. Ela atirava com a mão direita e segurava o charuto com a esquerda. "
Elena Poniatowska